sábado, 9 de novembro de 2013

Incêndio de grandes proporções atinge prédio no centro de São Paulo




Um incêndio de grandes proporções atingiu um prédio no centro de São Paulo, na esquina da avenida Ipiranga com a rua do Boticário, na madrugada desta sexta-feira. De acordo com o tenente-coronel Correa Leite, do Corpo de Bombeiros, o fogo teve início em uma academia dentro de um prédio comercial. Um edifício residencial ao lado, com 26 andares, foi afetado pelas fumaça tóxica.
Segundo a corporação, o primeiro chamado para a ocorrência foi feito à 1h04. Ao menos 48 viaturas se deslocaram para o local, com 150 bombeiros.
Vítimas
A maioria dos moradores do prédio residencial estava dormindo quando o incêndio começou. Foi o caso de Júlia Nascimento, 18 anos, que deixou o apartamento acompanhada pela mãe e pela irmã. “Por volta de 1h, ouvi muitos gritos. As pessoas gritavam ‘fogo, fogo!’ – Acordei com barulho das janelas quebrando e fui chamar minha mãe e minha irmã. Então, corremos para a rua”.
Segundo a jovem, nos primeiros instantes do incêndio, pessoas desesperadas chegaram a fazer cordas com lençóis para deixar o prédio pela janela. A cortina de fumaça teria dificultado a passagem pelos corredores. Com o fogo controlado, Júlia pretende pegar alguns pertences e seguir para a casa de uma amiga, no mesmo bairro.
O prédio residencial ao lado da academia abrigava muitos estrangeiros, principalmente asiáticos. Segundo os bombeiros, o idioma foi uma barreira natural, já que em alguns andares a fumaça não chegou e os moradores não entendiam que se tratava de um incêndio.
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SP: ao menos doze vtimas so hospitalizadas aps incndio

Um casal de chineses falou com a reportagem do Terra e disse que a fumaça fez com que eles subissem as escadas. “Eu acordei com o barulho e não sabia o que fazer. Não dava para  descer, então eu subi com o meu marido”, disse Li, moradora do prédio atingido.
Moradora do primeiro andar do prédio, a aposentada Maria Helena Cavalcante, 71 anos, foi uma das primeiras a deixar o imóvel. “Eu não vi nada por causa da fumaça. Eu praticamente rodei na escada”, disse a mulher, que mora com a filha. “Minha filha desceu quase pelada para a rua”, falou.
Já o advogado Amaral Cardoso Pereira trabalha no prédio ao lado, também danificado pelo incêndio. Segundo ele, outras quatro pessoas trabalham em seu escritório. “Eu vi o incêndio pela televisão por volta das 6h30 e vim correndo pra cá. Vou tentar tirar os meus documentos do prédio. A minha vida está lá dentro”, disse.
Irregularidades
Segundo o Corpo de Bombeiros, existem irregularidades no prédio comercial no qual funcionava a academia. De acordo com o tenente-coronel Correa Leite, o prédio não estava com a vistoria feita pelo Corpo dos Bombeiros em dia. "O projeto que foi apresentado precisava de alterações e não foi aprovado. Ele estava em trâmite", disse.
Mais cedo, o coronel Roberto Rensi Cunha  havia informado que outras irregularidades haviam prejudicado o trabalho dos soldados.  “Quando chegamos, vimos que as portas corta-fogo estavam trancadas, o que é irregular. Nos deram um molho de chaves e tivemos que abrir as portas, o que dificultou o nosso trabalho”, falou.
Morador registra chamas que destruíram academia e deixaram feridos em SPClique no link para iniciar o vídeo
Morador registra chamas que destruíram academia e deixaram feridos em SP




Ainda segundo o coronel, as chamas foram intensificadas em três pavimentos por causa de outra irregularidade: a presença de gás GLP em botijões. “É proibido o uso de botijões nesse tipo de apartamentos, a não ser em áreas externas. A presença de GLP potencializou as chamas”, disse.
Interdições
A Defesa Civil foi acionada e acompanha o trabalho de rescaldo do Corpo de Bombeiros. Ao todo, 146 apartamentos foram atingidos nos dois prédios, que foram interditados por problemas estruturais e na parte elétrica. Três lojas que funcionam no local também foram lacradas.
Segundo o coordenador da Defesa Civil, Jair Paca de Lima, moradores seriam acompanhados aos seus apartamentos, de maneira ordenada, para que pertences fossem retirados. Após isso, os prédios seriam completamente interditados.
A prefeitura oferece aos desalojados vagas em albergues municipais, mas a maioria dos moradores está optando por ficar em casas de parentes, amigos ou até em hotéis da região.
Trânsito

A operação causou a interdição do sentido centro da avenida Rio Branco junto à rua dos Timbiras e, no sentido bairro, junto à rua Antonio de Godói. Já na avenida Ipiranga, a interdição foi em ambas as pistas, junto à avenida Cásper Líbero. Por volta das 7h30, porém, a pista da esquerda foi liberada para o tráfego.
No início da manhã, os bombeiros realizavam a parte final de rescaldo do incêndio. As causas ainda serão investigadas pela Polícia Civil.
Região do incêndio, nos arredores da rua Boticário com a avenida Ipiranga, teve o trânsito interditado para o trabalho do Corpo de Bombeiros Foto: Terra
Região do incêndio, nos arredores da rua Boticário com a avenida Ipiranga, teve o trânsito interditado para o trabalho do Corpo de Bombeiros
Foto: Terra

Repercussão nas redes sociais
Moradores da região central de São Paulo relataram, via redes sociais, o que ocorria na avenida Ipiranga. As chamas e a fumaça assustaram alguns vizinhos do local.

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